“Homossexualidade é o atributo, a característica ou a qualidade daquele ser — humano ou não — que é homossexual (grego homos = igual + latim sexus = sexo) e, lato sensu, define-se por atração física, emocional, estética e espiritual (caso especificamente humano) entre seres do mesmo sexo, com eventual inversão de papéis de gênero (caso especificamente humano, dado poder este compreender intelectivamente o que isso — gênero e sua inversão de papéis — significa).” (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
Existem duas linhas de pensamento sobre a existência humana: o essencialismo e o existencialismo. O essencialismo, ilustrado pela Teoria do Mundo das Idéias de Platão, assume uma natureza humana, representada através de modelos que orientam o comportamento dos homens. A vida social, organizada segundo esse princípio, é construída através de vários modelos ideais, que servem à pratica cotidiana: há uma maneira ideal de ser trabalhador, cidadão ou estudante. No campo da sexualidade, esses modelos são dois, relacionados exclusivamente ao fator biológico: o sexo masculino e o feminino, que ditam a existência como homem ou mulher. Tudo o que existir além disso é encarado como transgressão do modelo.
Na sociedade de hoje, é comum a liberdade de escolha do homossexual esbarrar em preconceitos formados a partir de uma idéia fixa e imutável do que vem a ser homem e mulher. A sociedade em geral reproduz o pensamento essencialista, expresso em atos de violência psicológica, por meio de variadas atitudes preconceituosas.
Outros grupos não correspondentes ao modelo historicamente adotado pelo ocidente (masculino, branco, trabalhador, educado, rico, fisicamente e intelectualmente "normal") são, da mesma forma, alvos de discriminação por uma parcela significativa da sociedade que mantém critérios de avaliação moral a partir de modelos essencialistas. Curiosamente, muitos nem são "boas cópias" dos modelos com que julgam os outros.
Assim, negros, mulheres, nordestinos, desempregados, pobres são cópias imperfeitas do modelo idealizado para uma sociedade fundada em valores mercadológicos. Há, portanto, um caráter ideológico (e não real) na construção dessas essências - masculina e feminina, no caso - que se amoldam oportunamente aos interesses do poder machista, na história ocidental. Prova disto é que podemos notar uma pequena quebra em tais modelos a partir do momento que alguma dessas categorias desprezadas historicamente interessem de alguma maneira ao mercado consumidor: os homossexuais já se configuram como um nicho consumidor a ser explorado pelo mercado.
A partir da concepção existencialista de Sartre que diz que "a existência precede a essência", podemos entender que, ao falarmos em homossexualidade, não estamos falando de um comportamento "desvirtuado" de um padrão, e sim de uma possibilidade existencial entre outras. Não há nada que determine definitivamente e a priori um comportamento sexual. Este é construído a partir de condições concretas e de escolhas no percurso da existência. O Existencialismo vê uma distinção, portanto, em dois aspectos que o senso comum tem como únicos: há fisicamente o sexo masculino e o sexo feminino, porém, são diversos os projetos de existência do que é ser homem ou mulher.
Pelo primeiro princípio do Existencialismo: *“O homem nada mais é do que aquilo que faz de si mesmo. É o que chamamos de subjetividade. O homem será apenas o que ele projetou ser, não o que ele quis ser. O homem é responsável pelo o que é. Escolher ser isso ou aquilo é afirmar o valor que estamos escolhendo.”* (O Existencialismo é um Humanismo) Logo, o único responsável pela sua escolha sexual é o próprio indivíduo, que forma a sua essência, através se suas ações, escolhas e projeções.
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