A tese do Determinismo, defendida por Bento de Espinosa, afirma que nada pode acontecer para além do que acontece, porque todos os acontecimentos são o resultado necessário de causas que os antecederam – que eram, elas mesmas, o resultado necessário de causas que as antecederam.
O Existencialismo, defendido por Jean-Paul Sartre, como dissemos, é a corrente filosófica que começa com o contingente da existência do ser humano individual e considera-a o principal enigma.
- Espinosa acredita que Deus existe e que tudo é natureza de Deus, Sartre não crê na existência de uma entidade superior e exterior ao ser senão aquilo que ela determina; no entanto, Sartre afirma que, pelo facto de não existir Deus, o homem está condenado a criar-se a si próprio, é ele que decide ser como ele deseja ser.
- Espinosa acredita que nos regemos pelas leis da natureza e que o único fim desta é o de autoconservar-se. Sendo assim, ele acredita que a “ natureza humana” existe, sempre existiu e sempre existirá (é a essência do homem). Sartre porém, não acredita nas existências de leis exteriores ao próprio homem, e, por isso, afirma que antes de o homem existir não existe “realidade” ou “natureza humana” (daí o principio a essência precede a existência), pois esta não é nada antes de o homem existir. Com efeito, o homem tem de criar-se a si próprio e ser responsável pela sua criação, não podendo furtar-se a essa responsabilidade, desculpando-se com a “natureza humana”.
- No que respeita aos valores do Bem e do Mal, Espinosa considera que o Bem visa a autoconservação do ser e é útil à razão, e o Mal é o que prejudica essa autoconservação e nos impede de compreender. Para Sartre, nenhum valor é eterno e universal; cada homem cria esses valores para si.
- A plenitude da liberdade humana, segundo Espinosa, é atingida através do conhecimento de Deus, na compreensão das emoções e da consequente libertação da acção destas; Sartre, ao invés, acredita no livre arbítrio (liberdade de escolha), que a liberdade é o fundamento de todos os valores e que o homem não tem outra alternativa senão ser livre e procurar e usar essa liberdade.
- Espinosa pensa que os actos do homem são determinados por causas exteriores a ele, que escapam ao seu controlo, e só se liberta quando compreender e aceitar as coisas tal como elas são. Para Sartre, o homem é obrigado a fazer escolhas, precisamente por não existirem leis que ditem o que ele vai ser e como terá de agir.
- Enquanto Espinosa defende que é a razão que nos guia e, por isso mesmo, defende a liberdade de pensamento, Sartre considera que é através da ação que a liberdade se exprime.
3 comentários:
Olá, Bruna e Camila,
Meu nome é Vitor S. e tenho 14 anos.
Primeiramente quero dizer que fico muito feliz com a iniciativa das duas à abordarem uma corrente filosófica.
Bom, vamos ao que interessa, lendo essa análise comparativa entre o determinismo e o existencialismo construída pelas duas, recordo-me de um exercício denominado "Crítica ao determinismo", e proponho as duas a resolução do mesmo.
Crítica ao determinismo:
Dostoievski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Ai se situa o ponto de partida do existencialismo com efeito, "tudo é permitido, se Deus não existe, fica o homem, abandonado, já que não entra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de mais nada, não há desculpas para ele."
1. Em que sentido o determinismo é questionado por Dostoievski.
Espero que tenho acrescentado e enriquecido a discussão sobre este assunto.
Vitor S. Sarmento.
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