segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ciência e Existencialismo

A ciência, em geral, ocupa-se das substâncias, deseja conhecê-las, defini-las e catalogá-las. Com isso realizado, trata de apontar leis, desenvolver teorias e criar sistemas que se articulam na intenção de uma previsibilidade racional supostamente perfeita. Dentro das ciências, o importante é selecionar fenômenos que pudessem ser classificados e controlados para daí chegar a explicar e prever a realidade. A grande questão é que se abre um abismo imenso entre a verdade matemática e a lógica das ciências e a realidade existencial das pessoas. A existência humana não pode ser reduzida à definição e classificação da substância orgânica que compõe o corpo do homem e do seu comportamento aparente. O homem é emergente, pulsante. O existencialismo não nega os fatores biológicos e sociais, porém coloca o homem como ser responsável e livre para lidar com estes aspectos que também fazem parte de sua realidade.

Durante a metade do século XIX, filósofos quiseram estudar a natureza humana, aplicando métodos científicos para a observação, registro e tratamento do comportamento humano. Eles criaram que se o ser humano pudesse ser estudado sob uma perspectiva comprovadamente científica, sem dúvida teríamos uma fórmula precisa para entender o comportamento presente, predizer o comportamento futuro e alterar os possíveis desvios provenientes da utilização de ferramentas científicas. Poderiam ser utilizadas a psicologia, em seu maior expoente e a psicoterapia que tem-se engajado em uma postura científica. A última é a que mais se relaciona com o existencialismo, principalmente no seu ramo de Psicoterapia Existencial, ou seja, investigação do indivíduo na busca de lhe fazer sobressair ou revelar, livremente, o que nele há de individual, particular, único e concreto; é a busca de sua auto-expressão mais autêntica e do compromisso sincero com as próprias escolhas existenciais. Na visão de Rollo May (psicólogo existencialista), os dois estudos analisam os indivíduos em crise. A proposta básica é a de buscar a verdade por pior que seja, pois a verdade sempre deixa o sujeito mais sólido e íntegro.

A verdadeira ciência defende que o estudo, a tecnologia e a inovação são recursos indispensáveis para o desenvolvimento, pois ela habilita as pessoas para o uso de conhecimentos científicos básicos para compreender e tomar decisões a respeito do mundo natural, além disso, as capacita a reconhecer questões científicas, usar evidências e chegar a conclusões de tipo científico, no entanto, o homem não pode chegar a conclusões universais, pois cada indivíduo é diferente do outro, assim possui atitudes diferentes e tem liberdade para tal. Não é através de evidências que o homem chegará a reais definições, mas através do estudo profundo de cada ser individualmente. A evolução tecnológica, por exemplo, não é nada mais do que escolhas de homens que fizeram para si o que lhes parecia interessante, o que ocasionou na evolução de toda sociedade, mas, ainda assim, partiu de escolhas individuais.

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